Nunca esteve tão atual o post
atribuído a renomada poetisa brasileira, Hilda Hilst, segundo a qual: TAMBÉM TE
SENTES COMO UM BÊBADO OLHANDO O MUNDO, COMPREENDENDO SEM PODER VERBALIZAR O
CONTEÚDO?
Confesso
que me sinto assim e acredito não estar só, diante dos últimos acontecimentos no
cenário político e judicial que estamos vivenciando, e que me levam a crer que já está armada uma grande arapuca a
espera dos desavisados.
De um lado, temos um personagem político que ainda goza da confiança
de boa parte da sociedade e, de outro lado, um magistrado cuja notoriedade vem alcançando
grande apoio de outra parte na mesma sociedade, por sua aguerrida luta contra a
corrupção.
Audiência de interrogatório do político marcada, movimentos
sociais de plantão, sociedade perplexa com tudo o que esta acontecendo e não há
quem possa prever o que acontecerá. Pode ser o tudo ou o nada. O acontecimento
pode abalar as estruturas da nossa democracia, como também pode sinalizar um
futuro promissor que é o que se espera.
Como bêbados, tentando compreender o que de fato esta
acontecendo e o que acontecera, membros da sociedade, atônitos, mais parecem um
pendulo que não para de balançar. Não conseguem verbalizar, embora conscientes
dos fatos, não podem afirmar qual será o desfecho ou mesmo o caminho a seguir.
A audiência se aproxima e tanto interrogado quanto o
interrogador se preparam para um grande duelo entre o político e o jurista, no âmbito
judicial.
Até
aqui, não se pode afirmar quem será o vencedor, se o jurista ou o político,
tudo vai depender da forma cerimoniosa que um vai ter para com o outro, mas uma
coisa é certa, como advogado não me surpreendo com o fato de que ambos possam
ter alguma carta na manga capaz de levar aos mais incrédulos a se surpreender com
o desfecho.
Imaginem se, no auge do interrogatório, o interrogado resolver partir para a agressão, desfechando desacatos contra o interrogante e este, na qualidade de juiz, resolva dar voz de prisão ao agressor, dizendo: - O Senhor esta preso por crime de desacato! E, logo em seguida o interrogado, por orientação dos seus advogados, resolve retrucar o Juiz, dizendo-lhe: – O Senhor também está preso por abuso de autoridade. Isso pode sobrar para autoridade policial presente que não vai saber se prende o político ou o juiz.
Imaginem se, no auge do interrogatório, o interrogado resolver partir para a agressão, desfechando desacatos contra o interrogante e este, na qualidade de juiz, resolva dar voz de prisão ao agressor, dizendo: - O Senhor esta preso por crime de desacato! E, logo em seguida o interrogado, por orientação dos seus advogados, resolve retrucar o Juiz, dizendo-lhe: – O Senhor também está preso por abuso de autoridade. Isso pode sobrar para autoridade policial presente que não vai saber se prende o político ou o juiz.
Essa
é uma possibilidade que não se pode descartar.
Eu
aqui na ressaca dessa bebedeira que me atribui a poeta Hilda Hilst, agora como
advogado, ouso arriscar que o magistrado vai estar preparado para não entrar a
arapuca que possa estar armada para pegá-lo, mas nem por isso deixará perecer a
força coercitiva de sua decisão, sob pena de frustrar
a parte sociedade que o apóia.
Ainda
me arrisco dizer que não descarto a possibilidade de o interrogado, queira o não
é um reconhecido líder político, encurralado, pode aproveitar todas as
oportunidades para desestabilizar o interrogante, provocando-o por todos os
meios ao seu alcance. Afinal, quem está perdido não escolhe caminho.
O
que se espera é a moderação de ambas as partes, a fim de que o interrogatório transcorra
de forma serena e possa contribuir para que se faça a tão esperada justiça, afinal, para
tudo deve haver uma dose de moderação. Esta foi a lição deixada pelo grande poeta romano, Homero
(66ac) quando cunhou a expressão: Est
modus in rebus.
Pronto.
Verbalizei!
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