quarta-feira, 9 de setembro de 2009

De Oiapoque ao Chui

Costumo dizer por aí que sou um dos poucos brasileiros que tive a oportunidade ímpar de conhecer alguns pontos extremos do nosso País, e que dificilmente esquecerei de algumas experiências que adquiri, e informações que obtive nestes lugares.

Quando estive em Macapá realizando um curso de direito tributário para diversas autoridades públicas dos Municípios daquele Estado, tinha em sala de aula, logo à minha frente, dois caciques das tribos dos índios Galibis. Um louro, cujo cabelo me lembrava as palhas de uma espiga de milho; e outro moreno que, realmente me lembrava a figura do um índio que conhecemos. Foi o meu primeiro contato com essas pessoas.

Encucado sobre a forma de como eu iria abordar o assunto tributário, percebi que minha preocupação não tinha sentido, uma das alunas era a Professora Maria Helena (uma negra, alta, forte, e roupas coloridas) que era a Presidente da Câmara Municipal de Oiapoque, e que junto aos seus pares (os índios galibis que também eram vereadores) demonstrava grande interesse no assunto.

Ao final do curso, além do convite para conhecer a cidade de Oiapoque, tive a oportunidade de conhecer uma realidade que jamais imaginei. Eu estava no Brasil, mas parecia até que estava em algum lugar da França. Aí foi que percebi que logo ali pertinho ficava a Guiana Francesa, que é um departamento extramar daquele País europeu.

Ganhei muitos presentes, a maioria importados, e por ironia, eu que tive como principal missão ensinar direito tributário, fiquei impedido de trazer a maioria dos presentes, porque os tributos e taxas alfandegárias eram tão elevados que não compensava financeiramente, já que tais produtos eu poderia adquiri-los no Rio de Janeiro ou em São Paulo a um custo menor.

Ao tomar ao vôo de volta, em Macapá, com escalas em Belém, Santarém, Manaus e Brasília, de onde faria uma conexão para o Rio de Janeiro, fui surpreendido com a mudança de rota, ao invés de Rio de Janeiro, meu destino seria a cidade de Rio Grande, que fica ali pertinho de Santa Vitória do Palmar, no Estado do Rio Grande do Sul, para participar de um outro evento.

Eu que havia sai do extremo norte do País e chegado ao extremo sul, não poderia perder a oportunidade de conhecer algumas curiosidades sobre a região. e aproveitei logo em aceitar o convite de um jornalista para conhecer o finalzinho do nosso País.

Fui com meu amigo jornalista, um verdadeiro mergulhão, convidou-me a ir à cidade de Santa Vitória do Palmar, exatamente na época em que estava se concretizando os resultados do movimento de emancipação da Cidade que hoje é o Município de Chui. Isso mesmo, no extremo sul do País, lá onde fica o Arroio Chui, rio que separa o território brasileiro do Uruguai, e onde fica o último sinal da Marinha do Brasil para orientar os navios.

Hoje, recordando esses fatos, lembrei-me de que não posso enclausurar na memória as experiências e informações que obtive ao percorrer o Brasil de Oiapoque ao Chui.

4 comentários:

  1. Legal, vou fazer essa viagem nas minhas férias.

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  2. Carolina Di Servan17/9/09 5:28 PM

    Agora sim professor, entrei no google e já estou começando a gostar de geografia. Já estou começando a conhecer o nosso País. Pensei que oiapoque era uma cidade feia, mas não é isso que o site mostra. Obs. Para comentar aqui, fui no ícone .Nome/URL, e ai foi mole. Valeu a dica.

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  3. Prezado professor,

    Gostaria de ruar pelo país para mais tarde poder contar estas histórias.
    Fico pândego em saber que a vida me proporcionou a oportunidade de compartilhar parte da sua sabedoria nas aulas que ministrou. Infelizmente temos a mania de dilapidar nosso país, mas percebo no seu relato, um arroubo por conhecer um país tão maravilhoso quanto o nosso.
    Sendo assim, deixo aqui um forte abraço de quem o admira.

    Gabriel Di Servan

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  4. Prezado professor,

    Gostaria de ruar pelo país para mais tarde poder contar estas histórias.
    Fico pândego em saber que a vida me proporcionou a oportunidade de compartilhar parte da sua sabedoria nas aulas que ministrou. Infelizmente temos a mania de dilapidar nosso país, mas percebo no seu relato, um arroubo por conhecer um país tão maravilhoso quanto o nosso.
    Sendo assim, deixo aqui um forte abraço de quem o admira.

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